Posicionados


Os cristãos precisam reaprender constantemente a se posicionar.

Se a vida de fé anda muito tranquila, se nunca acontece qualquer sinal de desconforto, contrariedade, perseguição, acinte, que em alguns casos pode levar até a ameaça de condenação e prisão por “crime de opinião”(que é característico de ditaduras), é melhor nos questionarmos se a nossa fé está realmente saindo pelos poros e ganhando vida em pés, mãos, palavras e ações.

A inércia amparada pelo “Deus é quem faz”, o temor medo de se desencaixar da sociedade ou o medo da reação contrária podem se tornar paralisantes e  desculpas para a não-ação, desinteresse ou o ‘fazer de qualquer jeito’. Mas não é este o caminho. Se o negócio fosse só ‘deixar que Deus faz’, as penúltimas palavras de Jesus Cristo na Terra não teriam sido “Ide por todo o mundo comunicar o Evangelho a toda criatura.”

É consequência de uma fé viva o viver o ensino cristão, participar do diálogo, testemunhar com vontade e convicção. Fazer o melhor que está ao nosso alcance, com o melhor do nosso intelecto, capacidades e emoções e respeito, para que está fé que dizemos estar em nosso coração flua para a prática, sendo reflexo do amor de Deus em Jesus Cristo. Ele merece o melhor.

A partir daí, estarmos preparados para a oposição. E ela virá.

Precisamos constantemente aprender com os apóstolos que, mesmo com confiança irrestrita na ação de Deus, não ficaram eles mesmos parados. Agiram com convicção. Enfrentarem gritos, insultos, desdém, indiferença, humilhações, naufrágios, prisão...  Tudo porque simplesmente não podiam deixar de falar daquilo que viram e ouviram.

No entanto, jamais pegaram em ‘armas’ para esta guerra que não fossem aquelas que estão no coldre da Palavra de Deus.

É fundamental que o amor de Deus continue a chegar a olhos, ouvidos e corações. Reaprender a nos posicionar, portanto, especialmente nesta sociedade que cada vez menos está tolerando a posição dissonante, continua a ser um convite, uma necessidade e uma urgência de fé. Sem que, no entanto, deixe de ser sempre sinônimo e consequência dos dois grandes mandamentos: ‘amar a Deus de todo coração, alma e entendimento’ e ‘amar o próximo como a nós mesmos’.

E sem esquecermos das últimas palavras Dele sobre a Terra: “Estou com vocês todos os dias. Até o fim”.


Rev. Lucas André Albrecht

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