Postagens

Mostrando postagens de março, 2014
Precisamos continuar a reconhecer o sentido das palavras, antes que a falta de sentido nos deixe reféns do que há de pior.

Inveja do bem?

O termo já está bastante difundido, com sua variante ‘inveja branca”, como se pudesse ser algo bom ou, ao menos, aceitável. Só que não. “Inveja do bem” não existe. Quando gostamos de algo que o outro tem e temos vontade de ter também, existe nome. Admiração, desejo, vontade de ter, e sinônimos. Se passar para o lado negativo, se torna inveja mesmo, aquele sentimento maligno que conduz a pensamentos errados e, com alguma frequência, também a atitudes, como, por exemplo, quando a inveja vira cobiça. Nenhuma das duas é ‘do bem’. Precisamos parar de suavizar ou ate mesmo corromper o sentido das palavras, especialmente os defeitos humanos. Pois vamos destruindo lentamente a linha do certo e errado, dando força para quem tenta se colocar acima dos demais, selecionando quais os defeitos aceitáveis e quais os condenáveis. O risco? Irmos adiante nas redefinições do que é ‘do bem’. Raiva branca, xingamento do bem, roubo branco, calúnia branca, violência do bem... Morte por arma branca?  

Programação

Imagine você assistindo à final do Campeonato Mundial de Clubes na qual seu time está jogando. Faltam poucos minutos e a partida está completamente indefinida. De repente, o único canal onde o jogo está passando encerra a transmissão, pois, em função de atrasos durante a partida, atingiu o tempo previsto na grade de programação. Inicia, então, a próxima atração, o filme “Heidi”. Esta situação aconteceu. Foi em 1968, na final do Futebol Americano( Superbowl),  entre Jets e Raiders. Faltando um minuto de jogo, os Jets estavam 3 pontos à frente. Como eram 19h, fim do tempo previsto para a partida que começara às 16h, o canal NBC passou para o filme. Para piorar, os Raiders conseguiram 2  touchdowns  naquele minuto, definindo a partida que ficou conhecida como “The Heidi Game”. As ligações enfurecidas foram tantas que o canal colocou no ar um pedido desculpa formal, e passou o minuto perdido. De lá pra cá, é obrigatório ao canal que está passando ir com o jogo até o fim, não importa s

O outro e eu

Quando eu erro no trânsito, foi um equívoco, que acontece com qualquer um. Quando é o outro, trata-se de um barbeiro que merece ser xingado. Quando eu não mudo de ideia, eu tenho opinião firme. Quando o outro não muda, ele não tem a cabeça aberta. Quando eu disciplino meus filhos, é porque quero o melhor para eles. Quando é o outro, está sendo muito duro com as crianças. Quando eu co mpro coisas, é porque preciso, e estou pagando com meu dinheiro. Quando são os outros, é porque são capitalistas que não resistem ao consumismo. Quando sou agressivo, é porque tenho opinião forte e falo o que penso. Quando é o outro, não passa de um cavalo estúpido. Quando eu jogo lixo onde não devo, talvez é porque não tinha outra alternativa. Quando é outro, publico foto do porco no Facebook. Quando sou violento defendendo minha causa, é porque ela é nobre. Quando são outros, não passam de animais. Quando morre um político de meu pais, “é um ladrão a menos”. Quando é de outro pais, não raramente e saudad
Não há como vencermos nossas fraquezas enquanto não pararmos de culpar os outros.