Inveja e justiça



Existem linhas que não são fáceis de se traçar em nosso comportamento diário. Um delas é aquela que tenta separar desejo de justiça de inveja disfarçada.

Focar o defeito do outro acontece por invejar as virtudes que ele tem?
Clamar por justiça contra quem tem muito é por inveja de não ter tanto?
Tentar achar erros em quem está indo bem não é por não conseguir entender como a sua própria existência anda tão mal?

Perguntas. Que podem ter resposta A ou B. Mas o certo é que nossa justiça é falha. Nossa inveja é que, normalmente, não. Ela sabe encontrar caminhos em nosso coração para, em muitas situações, a vestirmos com belas roupas e utilizarmos como pretexto de justiça.  E é possível que, com alguma frequência, nos peguemos dedicando tempo a denúncias sobre o que está ‘lá fora’ somente para tentar esquecer do que nossa própria consciência, aqui dentro, não para de apontar.

Justo mesmo, só Deus. Corretíssimo. E sem sombra de inveja.

Entretanto esta afirmativa não está aqui para dizer que Ele mata ou castiga, ou outro tipo de ameaça. Ele perdoa. Salva. Cuida. Seu amor não tem limites para cuidar do nosso coração.

E Ele nos fortalece para bloquearmos as vias utilizadas pela inveja com as barreiras de perdão, tranquilidade, gratidão. Um caminho muito melhor para a paz de coração. Aí, quando a inveja perde espaço, a justiça pode mostrar com mais propriedade o que se destina a fazer. Pois neste caso ela não é embasada pelo mau sentimento de querer prejudicar, mas sim pelo grande principio de procurar fazer o certo e, principalmente, ajudar.

Contra a inveja vestida com outras roupas, portanto, o melhor caminho é a Verdade. Jesus Cristo,

Pode ser crua, mas não necessariamente nua.  Vem vestida com o manto do amor.



 P. Lucas André Albrecht

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