Estupro - cultural ou individual?
O termo “cultura do estupro” mais atrapalha do que ajuda.
O alerta vem da RAINN (organização nos Estados Unidos que se traduz como Rede Nacional de Assistência à Vítimas de Estupro, Abuso e Incesto).
A RAINN, num documento à Casa Branca em 2004, sugere que “nos últimos
anos, tem havido uma infeliz tendência em acusar a ‘cultura do estupro’
pelo extensivo problema de violência sexual”. “É importante”, diz o
texto, “não perder a noção de um fato simples:
estupro é causado não por fatores culturais, mas por decisões
conscientes, de uma pequena porcentagem da comunidade em cometer um
crime violento”. O termo foi criado pelo movimento feminista, EUA, nos
anos 70, a fim de defender que o estuprador pratica a violência
sexual por culpa do contexto cultural onde a mulher sempre foi
desvalorizada. O assunto é polêmico quando nos últimos dias ouvimos
bastante a palavra “cultura” para explicar o caso da jovem violentada
por vários rapazes no Rio de Janeiro.
Não
há dúvida de que os costumes, a educação, e até a religião, podem
influenciar a prática de coisas boas ou ruins, sobretudo
no comportamento sexual. Mas, afirmar que a causa do estupro é cultural,
livra o criminoso da culpa e transfere o problema às questões sociais,
por vezes, com finalidades ideológicas e políticas. A violência, antes
de qualquer natureza, é pessoal. O meio em
que a pessoa vive apenas intensifica, mas o abuso é do agressor e o
problema deve ser tratado individualmente, sem colocar todos e tudo no
mesmo balaio. No tempo bíblico, quando os fariseus se resguardavam
hipocritamente contra as “impurezas” espirituais de
outras culturas, Jesus contestou, dizendo que “é do coração que vem os
crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais...” (Mateus
17.19).
A
violência do estupro é um ato imoral e a culpa é do indivíduo. O
remédio está na cultura da Palavra que diz: “Marido,
ame a sua esposa como Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela”
(Efésios 5.25). Onde o amor de Cristo é cultivado, há respeito com o
corpo da outra pessoa.
Marcos Schmidt
Novo Hamburgo,RS
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