Amar e odiar
Você acredita em liberdade da vontade, em livre-arbítrio?
Bem, aparentemente, não há nada que indique o
contrário, todos têm liberdade para fazer suas escolhas. Mas veja esta
frase da escritora Marie von Ebner-Eschenbach: “Aquele que acredita em
livre-arbítrio nunca amou ou nunca odiou”.
De uma forma poética, ou até irônica, ela descreve a realidade.
Quando amamos, muitas vezes ficamos ‘presos’ ao objeto deste amor. Mesmo que
seja um amor não correspondido. Acabamos fazendo escolhas em volta deste amor,
abrimos mãos de preferências e vontades, apenas para satisfazê-lo. Vivemos um
amor cego. E, por mais estranho que pareça, o mesmo acontece com o ódio. Eles
também nos prende. Passamos a viver em função da pessoa ou situação odiada. Ela
nos paralisa e domina os nossos movimentos.
O amor de Deus na direção do ser humano tem a ver com
liberdade de escolha: a Liberdade Dele nos escolher. Jesus Cristo vem ao nosso
encontro, dá o primeiro passo. No entanto, no segundo momento, quando somos
abraçados por este amor, pela fé, nós nos tornamos livres. Livres para amar, viver,
aprender. Especialmente, para não deixar que o ódio nos prenda na cela da
amargura, nem que o amor cego nos tire a autonomia e a liberdade de respeitar,
questionar e aprender.
Então, vamos odiar perder qualquer oportunidade de demonstrar
nossa liberdade de amar o semelhante.
P. Lucas André Albrecht
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