Doutrinação na sala de aula

por Marcos Schmidt
 
Em entrevista no Jornal do Almoço da RBS, o professor de Educação da UFRGS, Fernando Becker, respondeu que “as religiões deveriam se preocupar muito mais em fazer evoluir as suas crenças, mas o que a gente vê são adultos professando crenças infantis”. O assunto foi o projeto de lei para ensinar o criacionismo nas aulas escolares de ciência. Também acho que o projeto é um equívoco já que a afirmação “Deus é o Criador” está no âmbito da fé. Por outro lado, isto abre o debate para tanta coisa na escola que deveria ficar na área da ciência, mas virou “religião”. A exemplo da pregação desse professor, de “fazer evoluir as crenças”, e do deboche que “são adultos professando crenças infantis”. Lembro que no meu tempo do ensino fundamental expressei a fé em Gênesis 1 quando o professor explicou a teoria de Darwin. Não esqueço a risada do mestre e o constrangimento que enfrentei diante dos colegas. Algo parecido com a minha filha ao ser qualificada de homofóbica pelo professor depois de testemunhar sua convicção no casamento de homem e mulher.
 
É inegável certas ideologias por trás daquilo que se chama ciência. Tanto que o maior debate no Plano Nacional de Educação é justamente incluir ou não a ideologia de gênero entre as metas propostas. Quem sai perdendo são as crianças e jovens que vão para a escola em busca de conhecimento e são expostas a doutrinações, às quais não podem questionar sob pena de serem alvo de sarcasmo.
 
Jesus disse algo que nunca podemos esquecer: “Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo o tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores” (Mateus 5.11). Quanto ao que disse o professor, o Salvador já respondeu: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele” (Marcos 10.15). Ou seja, o ridículo de “adultos professando crenças infantis” é o jeito irracional de chegar ao Deus que não só criou o mundo, mas também se sacrificou por ele – a loucura da cruz (1 Coríntios 1.18).
 
 
                                               
Marcos Schmidt
Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Novo Hamburgo, 27 de junho de 2015

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