Resolver o problema
A
China já arrumou
uma solução para o problema dos enormes e quase inacreditáveis volumes de
atraso em voos no pais. A ordem agora é que os aviões decolem, mesmo sem
saber se vão ter onde pousar. A demora e atraso até que reduziram. Só que
dezenas de aeronaves ficam no ar por horas, voando em círculos aguardando uma
pista livre, gastando combustível e, o pior, aumentando em muito o risco de
vida, já que sempre é mais seguro esperar no chão do que no ar.
Algo
parecido tem se evidenciado nos relacionamentos humanos, especialmente no
ambiente da internet. As pessoas estão decolando mensagens sem se preocupar
onde e quando elas vão pousar.
Como
há coisas atrasadas em suas vidas, angústias acumuladas, tensão e ansiedade,
precisam, de alguma forma, arrumar uma solução. Aí, mandam aviões, ou melhor,
torpedos, para muitos lados, sem se preocupar se, quando, e onde vão pousar.
Basta passar algum tempo lendo reações a erros e tropeços dos outros, em redes
sociais, sites da web ou situações das vida real. É incrível o numero de
pessoas que, deparando-se com o que consideram errado, seja pequeno, médio,
grande – pior ainda, as vezes sem realmente terem certeza se foi mesmo um
erro intencional – passam a disparar ódio, intolerância. Apelos à ignorância,
agressões pessoais. Chegando, em alguns casos, a pérolas como “essa sua atitude
me deu câncer”. ‘eu vou te matar“ ou “se vejo na rua, jogo o carro em cima’.
Como no caso chinês, em vez de resolver, desviam do foco, causando novos
problemas.
Isto
é algo completamente diferente? Não, este é o mesmo ser humano de sempre. Só
que, agora, com ferramentas que elevam a potências ainda não presenciadas a
capacidade de mandar para o ar voos verbais, palavras que voam em círculos,
queimando combustível em vão. Então, quando e se pousarem em algum lugar
razoável, podem já ter colocado em risco a reputação, dignidade e a própria
vida de outras pessoas.
Quando
Jesus Cristo falou em ‘não julgar para não sermos julgados”, certamente não
estava impedindo condenar o que é errado. Mas não tenho dúvida de que estava
nos alertando a pensarmos bem antes de darmos autorização de partida para a
agressão gratuita, a condenação brutal, a arrogância destruidora - reflexos dos
problemas não resolvidos. Mais do que isso. Convidou a olharmos para dentro de
nós mesmos. É de dentro para fora que precisamos resolver o problema – e que,
na verdade, foi resolvido de fora para dentro, por Ele, que oferece pela fé a
maneira eficaz de lidarmos com aquilo que se acumula em nosso coração. Em vez
de transferir, transformar. Em vez de desviar do foco, focar no essencial. Em
vez de voar em círculos, segurança de onde vamos pousar..
E
Ele não só falou, também agiu. Imagine o tipo de post que Ele poderia
ter feito contra os algozes que o pregavam, injustamente na cruz. No entanto, a
palavra que ecoou pelo ar foi o que resolve o problema: “perdoa-lhes”.
Isto,
sim, é algo completamente diferente. E que é oferecido a todos por igual.
Rev. Lucas André Albrecht
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