R2
Você
está em mais uma daquelas semanas em que não sabe de onde vai tirar tempo e
forças para cumprir tudo o que precisa fazer. Num raro momento de pausa e
conversa, comenta: “Puxa, essa minha semana está uma loucura. Estou tão
cansado!...”
Possíveis
reações do interlocutor ao seu comentário:
R1)
“Ih, a minha também, você nem sabe! Ontem tive que fazer (isso, isso e aquilo),
amanhã já tenho (aquilo, aquilo e aquilo outro) e na semana que vem, olha, a
coisa vai ser pegada e...”
R2)
‘Puxa, deve estar sendo pesada mesmo. Como você está lidando com isso?”
Qual
delas lhe dá um novo ânimo, um sentimento de alento e amparo? Com qual delas
você pensa: “Puxa, alguém que me compreendeu. Obrigado, amigo! Nem precisa me
dizer uma frase de motivação. O fato de você ouvir, se importar e se interessar
já valeu muito!” ?
O
tipo R1 é mais comum que gostaríamos. Não só da parte dos outros, mas também de
nós mesmos. Tanta gente falando e tão pouca gente escutando...o resultado são
tentativas de encontrar brechas para extravasar um pouco da nossa dor de ser.
Alias, as vezes parece que este é um dos fascínios das redes sociais como Facebook.
Ao menos por um instante temos a ilusão ou impressão de que muitas pessoas vão
ler/ouvir o que temos para falar.
A
postura R1 não é incomum também em nossa relação com Deus. Mal temos tempo para
ouvir o que Ele tem a dizer em Sua Palavra e já saimos falando de nós mesmos.
Reclamação, queixa, projetos, planos,... esperando que Ele ouça tudo e, se
possível, responda conforme já sabemos de antemão. Não que Deus não queira nos
ouvir falar. Mas faz muito bem para o nosso coração tirar um tempo para ouvir.
Receber. Entender. E então reagir.
Na
verdade, não será mais meramente reagir. O R de reação vira R de Resposta.
Intencional, motivada pelo amor de Deus, por meio da fé. Por termos um Pai do
tipo R2 – ouvinte, paciente, amoroso, carinhoso – somos estimulados à mesma
postura. Não apenas reagir, mas responder. Pró-agir, como diz uma antiga
palavra da moda. O bem que isto fará ao nosso próximo é incalculável. E não
precisamos nos assustar se fizer um grande bem a nós mesmos também.
Ah,
e se você tem ou encontrou amigos R2, segure-o com as duas mãos. Eles não são artigo
comum.
Rev. Lucas André Albrecht
Comentários