Coragem e respeito
Pesquisa realizada
nos Estados Unidos declara que o Facebook nos deixa “mais gordos, pobres e
malvados”. Segundo o texto, isto estaria ligado ao sentir-se bem consigo mesmo
e, portanto, sentir-se no direito a reagir fortemente ao que vier pela
frente.
Quando às duas primeiras, não há
como ter muita certeza. Mas sobre a terceira, parece que as evidências começam a
se acumular.
Navegue, por exemplo, por sites e
rede sociais, especialmente em temas de “polêmica” e “denúncia”. Tente descobrir
quantas das pessoas que aportam quilos que palavras agressivas, julgadoras,
contundentes, e muitas vezes obscenas, leram de fato o que viram. Além disso, se
interpretaram, ponderaram, se têm condições de opinar a respeito de algo sobre o
qual visualizaram algumas linhas. Se dominam o contexto, se sabem do que e de
quem se trata. Se têm respeito com quem pode ou não estar sendo vitima de
injustiça. Ou se a maior preocupação é apenas com a sua opinão, a sua forma de
ver o mundo, o seu julgamento. Ou seja, preocupação maior com a rapidez do seu
teclado do que com as consequências das letras dele.
Isto leva a crer que a terceira
opção da pesquisa pode estar certa. Em determinados contextos, as pessoas reagem
à agressão e intolerância somente com agressão e intolerância ainda
maior.
Para o cristianismo, esta pesquisa
nem seria necessária. Já sabe que o ser humano é malvado e isto vem por
natureza. Não no DNA, porque Deus nos criou perfeitos, mas desde que se afastou
do Criador, o homem é um poço de maldade. Talvez o Facebook apenas seja um dos
baldes com os quais dele se tira a quantidade desejada. A imagem que fazemos de
nós mesmos não corresponde sempre à que realmente
somos.
É por isso que o Livro Sagrado dos
cristãos traz a noticia de que este ser humano – você, eu, cada um – precisamos.
De que esta maldade é perdoada e esta tendência inata é controlada pelo Seu
amor. Ele ensina que Jesus Cristo - cujo fim da vida, se houvesse Facebook na
epoca, teria recebido dezenas de comentários raivosos, apressados e cheios de
julgamento -, levou tudo nos ombros para que, alem de nosso coração poder ser
lavado, nossos dedos tivessem boa orientação. Para digitar com consistência, mas
também com prudência. Com consciência. Para, com coragem, denunciar o erro, se
ele for comprovado, e com respeito pela pessoa errada, lembrar que todos têm
chance de recomeçar para acertar.
Estar face a face com esta realidade
não deixa ninguém mais pobre, nem mais gordo. E, com certeza, troca o índice de
maldade pela coragem com respeito.
E amor.
Rev. Lucas André
Albrecht
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