Avenida Brasil
por Marcos
Schmidt
Os recordes de
audiência da novela Avenida Brasil fizeram com que a própria presidente Dilma
Rousseff alterasse a data de um comício em São Paulo nesta sexta-feira, na
hora do último capítulo. Concluíram que “não haveria ninguém” para prestigiar a
presidente. Eles têm razão. Conforme pesquisa, nos últimos dias sete em cada dez
pessoas que assistiam TV em
São Paulo estavam ligadas na novela das 21h – que representa a
média nacional. Ninguém pode menosprezar os motivos para tanta audiência,
sobretudo nos quesitos qualidade técnica, interpretação, roteiro das novelas da
Globo. Mas é preciso refletir em algumas coisas.
Dias atrás, caminhando
pela calçada, ouvi uma menina de uns três anos dizendo para a mãe: “O Max não
morreu, ele vai voltar e ficar com a Carminha”. Fiquei pensando com meus botões:
O quê passa na cabeça de uma criança ao assistir esta novela? Aliás, até onde as
novelas moldam a vida dos brasileiros? Traição, adultério, poligamia,
licenciosidade, libertinagem sexual, enfim, um mundo de coisas que até tempos
atrás eram imorais para a grande maioria. E hoje? As novelas, com poucas
exceções, condenam injustiças sociais, falcatruas, desonestidade, roubos – este
tipo de imoralidade. Mas impiedosamente elas maltratam os conceitos tradicionais
do casamento, da família, da sexualidade. E quando padres, pastores, religiosos
cristãos são interpretados, tais personagens geralmente são moralistas
hipócritas, falsários, e até motivo de avacalhação.
Avenida Brasil está no
fim, mas o quê as crianças, jovens e adultos aprenderam sobre o matrimônio? Vale
ainda a recomendação(?): “Seja fiel à sua mulher e dê o seu amor somente a ela”
(Provérbios 5. 15); “Que o casamento seja
respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao
outro”(Hebreus 13.4). Se não tirarmos os pequenos da sala na hora da
novela, que ao menos digamos a eles em certas cenas: Isto é feio!
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