Colocar em ordem
No nosso mundo, algumas coisas andam
meio invertidas.
Novelas que começavam com os
desencontros até chegarem ao final feliz, agora começam com os relacionamentos
já estruturados e passam para os desencontros e problemas. Programas de
qualidade duvidosa passam em ‘horário nobre’, enquanto programas bons passam em
horários quase inatingíveis. Ricos estudam em universidades federais gratuitas e
os de menos poder aquisitivo pagam sua faculdade, ou até nem mesmo estudam.
Dentre outros exemplos.
No campo da fé também acontece. E
duas das coisas que têm sido bastante invertidas, estão a fé e amor. Em muitos casos, a fé assumiu a
característica do amor. E vice-versa.
Por exemplo: a fé é utilizada em
muitos contextos para indicar ação, uma certa maneira de esforço
pessoal, de sacrifício e de tentativa manipulação da auto-estima. Em outras
palavras, você deve usar sua fé para atingir
seus objetivos. Já o amor, que vem de um verbo de ação, amar, é transformado em um sentimento
estático, em algum lugar da mente ou do coração. Às vezes se sente, às vezes
não. Por isso que, para muitos, “o amor acaba”, como novelas e filmes tentam
provar.
Entretanto, a fé não é ação. É algo
que ganhamos e no qual não há contribuição nenhuma de nossa parte, não há
esforço nem mérito. Crer, sim, é ação nossa. Mas ter fé é algo que não depende
de nós, é presente de Deus. Quanto a amar, é um verbo, e por isso, é ação. Aí
sim, com o auxílio de Deus, agimos. Por isso, se alguém acha que o “sentimento
amor” acabou, tem aí um excelente motivo para amar, entrar em ação! Para se doar, para
ir além, para fazer a fé, que é presente, entrar em ação através do amor.
A fé em Cristo, um presente que
salva, entra em ação pelo amor. A fé nos salva, o amor nos move. Uma fé que nos
liga a Deus e um amor que nos liga a Ele e ao próximo.
Fé e amor que colocam coisas
invertidas em seu devido lugar.
Rev. Lucas André
Albrecht
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