Boca e coração
O texto do Evangelho de Marcos no capitulo
7 nos coloca diante de uma pergunta: da boca
ou do coração: de onde vem a religiosidade que agrada a Deus? Um
conflito com os lideres religiosos surgiu de uma questão cerimonial: Lavar ou
não as mãos antes de comer(não como o fazemos hoje, mas um ritual de
purificação). Mas outra pergunta precisaria ser feita: o que realmente precisava ser lavado?
Aquele tipo de religiosidade ensinava que era possível, pelo praticar de sua
numerosa lista de leis, ficar limpo, longe do pecado.
Aqueles lideres já morreram. Mas e sua
maneira de ver o mundo?...
Talvez não. E um resumo desta visão
encontramos na internet, no mundo das redes sociais. Lá, todo mundo é legal,
todo mundo odeia a mentira, ama os animais, é sempre sincero, não fica por uma
noite, odeia a mentira e a hipocrisia... Até mesmo somos empurrados a aderir a
causas mesmo contra nossa convicção, para não sermos vistos como politicamente
incorretos. Em resumo, nesta visão “religiosa”, folhas e galhos contam mais do
que tronco e raiz.
Jesus aproveitou aquela oportunidade
educativa para mostrar aos fariseus de seu tempo, e a todos nós, do que a
verdadeira religião cristã trata: da raiz. Sujos por dentro, e não apenas por
fora, precisamos ser salvos, renovados, transplantados para o terreno da Palavra
de Deus. Para aí produzir frutos que partem do coração com fé Nele.
Ou seja, o que, de fato, precisa ser
lavado? As mãos, os braços até os cotovelos? Jesus responde: o coração. O perfil
precisa ser completamente refeito, de dentro para fora, e então refletir quem
realmente somos. A vida de fé não é um educar apenas a boca para falar frases
feitas ou os braços e pernas para fazerem o que se diz ser o mais certo. Até
porque uma simples atitude derruba centenas de palavras. Elas querem educar
o coração. Plantar e semear
princípios cristãos, que permanecem. Para que nossa convicção apareça, sim, em
palavras e testemunho.
Mas com a boca sempre conectada ao
coração.
Rev. Lucas André
Albrecht
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