Hábitos
Existem momentos em que uma palavra
dita, um gesto realizado, um evento do qual participamos ou um livro que lemos
podem ajudar em mudanças em nossa vida. Neste último exemplo eu me encaixo, ao
lembrar de quando li “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes”. O que, à
primeira vista, foi rejeitado por parecer um mero livro de auto-ajuda, veio a
tornar-se uma excelente ferramenta sobre a administração pessoal frente ao
tempo, visão de liderança e relacionamentos.
Na segunda-feira, 16.07, seu autor,
Stephen R. Covey, faleceu
aos 79 anos. Como definiu a nota emitida por sua empresa, “perdemos um grande
amigo”. Mesmo sem nunca tê-lo conhecido, de certa forma foi assim que senti.
Através de alguns de seus livros, além de uma web conferência em 2009 onde pude ouvi-lo
ao vivo, Covey era como um amigo compartilhando muito do que aprendeu ao longo
da vida.
Uma de suas idéias principais era a
de que “num mundo de tantas mudanças, é preciso ter um centro imutável”. E aí,
se referia a princípios, aqueles conceitos atemporais que fundamentam toda e
qualquer sociedade. Enquanto os valores variam de lugar para lugar e até de
pessoa para pessoa, determinando suas atitudes, são os princípios que determinam
as conseqüências. Por exemplo, meu sistema de valores pode me permitir que, sob
alguma circunstância, eu pegue o que não é meu. Mas são os princípios da
honestidade e da justiça que vão determinar a conseqüência deste
ato..
A Palavra de Deus, quando nos
apresenta a Sua Lei, mostra Seus princípios para a nossa vida. Não adianta
queremos quebrá-los, o máximo que podemos fazer é nos quebrar contra eles. E
isto fazemos constantemente, por causa da inclinação para o erro que está em
nossos corações.
Mas aqui não são princípios
genéricos, do tipo que até quem não tem fé pode ter. Trata-se de algo que não
podemos começar se Deus não tiver começado primeiro. Por isso, estes princípios
vêm de fora para dentro. São um presente de Jesus Cristo, por meio da fé. A
partir desta realidade, podemos, como resposta ao amor de Jesus, de dentro pra
fora, viver esta fé diariamente, o que, na linguagem de Covey, poderia ser
chamado de “cultivar hábitos”, como a pro-atividade, começar com objetivo em
mente e primeiro o mais importante. O cuidado com o próximo se revela ainda no
buscar o ganha/ganha, primeiro compreender e a sinergia, que são formas de
expressar a fé ativa em amor.
A grande mudança acontecida no Batismo, ou na conversão
pessoal, conduz a esta outra mudança, no nível do gerenciamento pessoal. É
subordinada àquela que ganha força, vigor e
relevância.
Deus nos dá muitas oportunidades de
aprendizado e mudança na vida diária. Os livros de Covey, para mim e para
muitos, foram uma delas. Mas a grande mudança de que precisamos somente um Livro
pode oferecer, a partir da qual podemos viver Seus princípios em nossa vida
diária.
Um hábito que só poderia vir da
Pessoa mais altamente eficaz.
Rev. Lucas André
Albrecht
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