Os outros
No que se refere ao caráter, personalidade e atitude humanas, talvez você já tenha visto frases como estas:
-Ninguém é o que aparenta ser.
-As pessoas são hipócritas.
-A sociedade é corrupta.
-Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos cachorros.
E outras similares. Mas cabe a pergunta: quem são os outros? Quem é a sociedade? Quem são os homens que valem menos que cachorros?
A verdade é que, normalmente, usá-las não inclui o EU. A tendência é acharmos que isso diz respeito somente da segunda pessoa do singular em diante, de preferência sem passar pela primeira do plural. A decepção sempre é com a terceira do plural, com o sujeito oculto ou o indefinido.
Mas... e EU?
Não é fácil. Porque doi mais. Reconhecer que podemos estar abaixo dos cachorros, sermos hipócritas, aparentes ou corruptos, em maior ou menor grau, não é agradável na primeira pessoa do singular. Mas é necessário. Até porque, se não for feito, é apenas adiar o inevitável. Não é possível falar somente sobre os outros quando cada um, no singular, faz parte da mesma humanidade.
Só que este não é o fim da história. Uma humanidade imperfeita, sim, mas que é alvo do amor do próprio Deus! O Filho deu Sua vida para dar a todos um valor que nenhum outro ser da natureza possui: filhos. Pela fé, recebem perdão pela corrupção e hipocrisia. E são impulsionados a viver em caráter e atitudes que são frutos desta fé, sem saltar direto para as conclusões, mas compreendendo o fato de que, aquilo que se enxerga nos outros, amanhã pode ser obra do eu.
Mas, acima de tudo, está ao alcance esta vida que nos faz ver de maneira diferente - e coerente - o relacionamento com todas as pessoas, tanto no plural como no singular.
Inclusive com o eu.
Pastor Lucas André Albrecht
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