Específico
Quando tragédias assim acontecem, ficamos perplexos e sem palavras. Nos comovemos e sentimos junto a dor dos amigos e familiares. Na sequência, há uma tendência de se fazer a lembrança de outros casos. Comparações, medições. As crianças que morrem de fome, as mortes em hospitais; trânsito, tragédias naturais, a guerra do tráfico... às vezes se reclama que umas ganham mais exposição do que outras.
E então....tudo continua. Amanhã a emoção maior já passou. Amanhã já há uma nova noticia para comentar. Amanhã já há uma nova generalidade a fazer. Amanhã já não é mais hoje.
Menos para quem está perto.
Para quem passa pela dor, não importa como foi. Se é um assalto, um acidente ou uma chacina. A dor da perda, a falta repentina, a angústia no peito é específica. Imensa. Parece querer nos fazer parar. E demora para ir embora.
O caminho, então, não é o da generalidade, mas da especificação. Aplicar a verdade do amor da Deus para a vida pessoal. Lembrar que, para algumas coisas temos respostas; para outras, nem sempre. Mas para todas elas, temos o carinho de quem também viu seu Único Filho ser morto, inocentemente, para que pudéssemos ter perdão, vida e paz. Diante da violência e dor cada vez mais generalizadas, é bom sabermos que temos o cuidado específico deste abraço de amor.
Próximo, presente. E que nunca vai embora.
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