Des-mudar

A reflexão estava marcada com antecedência, mas eu precisava transferi-la, em virtude de um compromisso que surgiu. Fui até o setor e pedi a mudança. Pouco depois, entretanto, este compromisso mudou para mais tarde, o que me permitiria liderar o devocional no horário combinado.

Então fui novamente falar com as colegas de trabalho e perguntei. “Gostaria de des-mudar a mudança. Podemos manter o horário de amanhã?” Podia. E assim aconteceu..

Uma troca de horário é algo até simples. Mas quando erramos, uma mudança séria acontece em nós, e quem sabe também nos outros. E para pior. Magoamos, agredimos, ofendemos ou prejudicamos. As conseqüências de nossos erros causam mudanças que, no entanto, na maioria dos casos, ainda são possíveis de mudar de novo.
Só que não, não é fácil. Se já erramos uma vez, quem garante que des-mudar a mudança não vai nos fazer errar de novo? Sentimos medo, insegurança. Sem falar no orgulho, que gosta de soprar em nosso ouvido “mas você vai se sujeitar a isso?”. Então, pensamos, talvez seja melhor deixar assim.

Mas não precisamos ter receio quando se trata do perdão que temos em Deus, por Jesus Cristo. Se o erro nos faz mudar, o Seu perdão des-muda esta mudança e nos traz novamente para perto do Seu colo, para sermos acolhidos e refeitos. Aqui não há perigo algum em refazer, podemos fazê-lo com toda confiança. Sempre vai valer a pena voltar atrás e tentar causar a nova mudança – desta vez para melhor; acertando, corrigindo, estendendo a mão.

Recomeço que pode acontecer também na direção do nosso próximo, todos os dias sempre que necessário. E quem sabe, ao invés de frieza e rejeição, não sejamos surpreendidos pelo mesmo sorriso aberto e palavras com o qual eu fui recepcionado pela Patrícia, do EAD atendimento ao aluno, ao des-mudar a mudança? “Claro que sim, pastor, não tem problema!”.

E tudo vai mudar outra vez.

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