Mão única

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Achar vaga na rua em uma capital não é nada fácil. Por isso, lá estava eu dando voltas, tentando um lugar para estacionar. Depois de idas e vindas, percebi que havia espaço numa rua lateral, mas precisaria fazer manobras para chegar até ele. Daquelas “direita, direita, direita de novo” e você está lá.

A primeira das direitas, bem. A segunda, igualmente. Na terceira...azar. A rua era de mão única. Só vinha, não ia. Já comecei a reclamar mentalmente de que, após tanta circulação, não iria sair onde queria. Segui em frente, contrariado.

Para descobrir que, mais adiante, estava a rua que também ia, não só vinha.. E que, na verdade, aquela era a 'direita certa', em que eu precisava entrar. Eu tinha tentado cedo demais. A rua que eu achei que era a certa, não era. Era a próxima.Fiquei irritado muito cedo e em vão...

Foi a ilustração acertada para o meu dia, já que mais cedo havia recebido informações que não haviam me deixado lá, digamos, uma avenida aberta. O trânsito ficou congestionando na mente e também no coração. Parecia que o que havia pela frente era rua de mão única, só vindo, sem possibilidade de outra direção.

Mas sempre é melhor pensar bem. Talvez Deus esteja dizendo que é na próxima rua que está a direção certa. A oportunidade. A melhor compreensão. E, se eu não tiver mão única em meu pensamento, vou enxergar melhor seu jeito de agir, que não raro ultrapassa a minha razão. Não preciso reclamar tão rápido, não preciso achar tão ruim com tanta rapidez. Ali, na próxima à direita, vai estar a rua certa, onde estão as vagas para o que precisa acontecer.

Viver a fé na prática pode ter muitas vias, vagas, voltas, possibilidades. Por isso esta fé precisa vir da Mão Única – a Dele -, para sempre ter fundamento e direção.

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