Um minuto para a meia-noite

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No minuto antes de explodirmos em raiva nem sempre pensamos se de fato temos razão.
No minuto antes de fazermos o que não devíamos nem sempre nossa consciência nos faz mudar de intenção.
No minuto antes de não ajudar a quem precisa nem sempre a solidariedade nos muda de direção.

Mas um minuto antes da meia noite do último dia do ano tudo nos leva a crer que tudo vai ser diferente. Tudo vai ser melhor. O melhor será promissor. O promissor será belo. O belo será feliz. E o feliz será tudo.
Será?
Talvez não seja tão provável, caso estes e outros minutos não tenham outra direção.

Aquele antes de sermos injustos, que pode nos levar a ouvir a outra opinião. O minuto antes de julgarmos, que pode ser utilizado para melhor compreender a situação. Fazer das horas em que não queremos ajudar, momentos em que muito podemos fazer. Impedir que a auto-suficiência acabe em um minuto com nosso desejo de agradecer

O minuto antes da meia noite do dia 31 de dezembro pode ser belo e significativo. Mas não é mágico. Ele tem conexões com o conteúdo que nos trouxe até ele, que lhe dão fundamento e princípios. E também se liga a muitas vontades, desejos e ações à medida que mais minutos surgem à nossa frente. Pois mais oportunidades estarão à nossa espera, mais sonhos dependerão de nosso trabalho e mais pessoas vão precisar de nosso coração.

À medida em que ele, nosso coração, a cada minuto, se prende em fé ao Autor das horas, caminha de forma mais segura e mais compreende o valor de cada minuto. Isto pode ser pouco, talvez, para quem não vê diferença entre o ontem e o amanhã, entre o certo e errado, entre absoluto e relativo. Mas são muito preciosos para podermos continuar com Deus na direção aonde nossos melhores desejos, votos e promessas apontam. É o tempo que Ele oferece para fazermos melhor uso dos minutos que vêm antes e daqueles que nos acompanham depois.

Por muito tempo depois de a meia-noite acabar.

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