Quando se ouve

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É difícil escolher a reação ao ouvirmos determinadas frases infelizes.

“Se ter irmão fosse bom, Deus teria dois”
E você é de uma família de muitos irmãos.

“Qualquer um faria o que ele faz”
Quando você está se esforçando por fazer o seu melhor.

“Se é casada é melhor, menos incomodação...”
Em público, pelas costas, sobre uma pessoa amiga.

“Você só faz coisa errada”
Num relacionamento onde você sabe que também acerta.

Quando vale a pena ‘se incomodar’? Nâo é fácil escolher a hora certa. O comentário pode ser infantil, ou a ocasião pode não merecer. A pessoa pode não valer o transtorno, ou pode ser maior a vontade de não descer ao nível citado acima. Uma situação mais difícil se lembrarmos do dever de amar o próximo (e até o inimigo), como disse Jesus.

Mas ao menos não podemos dizer ao Mestre que ‘falar é fácil...’. Porque Ele falou e também fez. Amou e deu sua vida por pessoas que faziam comentários desde os mais irônicos, “olha só, ele faz refeições com pecadores!....”, até àqueles que pegaram pesado, chegando a pregá-lo numa cruz.
Ele ouviu de tudo, de quase todos, mas não desisitiu de seus princípios. Não desceu ao nível da deselegância, mas sim, desceu em nossa direção, para nos compreender e amar. Porque, para Ele, cada ser humano valeu e vale todo este transtorno - que nos proporciona retorno para os braços do Pai.

E para nos ajudar a exercitar a paciência e a compreensão. Claro, há horas em que determinados comentários merecem correção, ação. E, se necessário, até punição. Mas para muitas situações cotidianas, asborver o impacto, desviar a ira, e pensar um pouco mais acima pode nos ajudar a compreender aquele está um pouco abaixo, em termos de respeito e maturidade, e ajudá-lo a progredir.

Quando se ouve a voz Dele a nos orientar, ouvir as palavras alheias - e as nossas próprias frases - pode tornar-se um bom exercício para a audição.
E para o coração.

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