Tentação

O nome Manfred Von Richthofen talvez não nos lembre muita coisa, mas seu apelido é conhecido: o Barão Vermelho. Era a cor do Fokker com o qual voava e derrubava aviões, mais do que qualquer outro, na Primeira Guerra Mundial - até onde se sabe, pelo menos 80.

No dia 21 de Abril de 1918, o Barão Vermelho começou a perseguir um avião Canadense que tentava escapar. Na perseguição, acabou entrando atrás das linhas inimigas, mergulhando a uma altitude muito baixa. Não percebeu também outro avião canadense que vinha por trás, auxiliando o amigo. Não se sabe se foi um tiro vindo da terra ou do avião perseguidor que, naquele dia, derrubou o Barão. O que sabemos é que ele acabou morto por cometer o erro de ir longe demais, por tempo temais e baixo demais dentro do território inimigo

Pode não seria diário, mas é frequente. Em muitos momentos, somos barões vermelhos, voando atrás de tentações por muito tempo, muito longe e muito baixo, adentrando a linha inimiga. Esquecemos que não somos invencíveis como gostaríamos de ser. E, quando nos damos conta, estamos prontos para sermos abatidos pelo inimigo.

Nessas horas, existe um lugar aonde ir. Ou melhor, voltar:  junto daquele aonde o Filho de Deus foi – a cruz. Ele foi tão longe, aonde ninguém mais conseguiria ir, porque queria nos trazer para perto. E porque sabia que iria abater o inimigo em sua própria linha.

Ele não apenas nos trouxe para perto, mas deu também a certeza de que podemos voar com Ele para onde formos, pelo tempo que for preciso, na altura em que estivermos. Principalmente, para não nos entregarmos facilmente, e não perdermos de vista os limites das nossas fraquezas frente às tentações. Ele é invencível. Nós, não.

E, ainda, para nos dar a segurança de que, quando formos abatidos,– e isto vai acontecer, somos frágeis -,  não precisamos nos desesperar.

Pois, ao contrário do Barão, não será em definitivo. Ele sempre pode nos fazer voltar a voar.

(fonte da ilustração: www.sermoncentral.com)

P. Lucas André Albrecht

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