Coragem de agir

Com mudar a história de uma escola suja e caindo aos pedaços, em um bairro barra-pesada, no qual, para se ter uma idéia, 60 a 70% dos pais dos alunos são drogaditos? Missão impossível?

Conheça Madeline Cartwright

O bairro era na cidade de Filadélfia, EUA. Sua missão: assumir a direção. No final de uma manhã de aula, resolveu conversar com os alunos sobre o que lhes acontecera no caminho até a escola. “Evitei uma cara armado”, disse um. “Pisei sobre cacos de vidro do tiroteio de ontem à noite’, falou outro. Um terceiro comentou: “meu pai foi levado de ambulância por overdose; não sei se estará em casa quando voltar”. Então, ela decidiu que precisava fazer algo mais.

E o que ela fez? Sentou-se e bolou um plano de metas e estratégias? Começou a dar ordens para professores e funcionários? Criou um novo código de leis e condutas?

Não. No fim de semana seguinte, ficou dentro da escola. Pegou produtos de limpeza, ajoelhou-se e limpou o chão do banheiro. Na segunda-feira, orientou o pessoal da limpeza: “A partir de hoje, limpo quer dizer assim, ok? Combinado.” As crianças mereciam um ambiente melhor e isto começaria pelo mais básico.

Começava ali uma mudança espetacular. Madeline, por não considerar uma ‘diretora de gabinete’, adotou, segundo ela, o estilo ‘gerenciar caminhando por aí’. Começou a visitar os pais. Promoveu atividades. E cada vez mais pessoas – professores, familiares, comunidade – começaram a se envolver. Como quando se deu conta de que as crianças vinham com roupas sujas e passavam vergonha. Fez uma campanha, compraram máquinas de lavar e secar, e dezenas de voluntários surgiram para executar o serviço.

Madeline deu exemplo. E o exemplo gerou a mudança.

A história desta diretora é inspiradora, primeiro porque lembra o amor de Deus que, para ‘limpar a sujeira’ do mundo e mudar seu aspecto, ‘veio esfregar o chão’. Jesus Cristo entrou de vez em nossa realidade e a transformou. Segundo, porque ilustra de maneira poderosa aquilo que realmente gera diferença: ações para sustentar palavras. Terceiro, porque é real. E mudou a vida de pessoas.

E ela pode ser reproduzida. Claro que pode. Quantas desculpas arrumamos para não mais lutar por algo que vai muito mal? “É assim mesmo”. “Não tem o que fazer” “Ninguém conseguiria recuperar”. Mas tem, sim, tem o que fazer. Dá trabalho. Mas temos o que fazer.
Pode ser uma escola e pode ser o convívio em casa. Pode ser uma empresa e pode ser o empreendimento de educar e resgatar pessoas. Pode ser a nossa vida e a de outros. As mudanças acontecem - até mesmo nas situações mais perdidas. Pois a ação pode gerá-las. Metas e estratégias são, sim, importantes. Mas o exemplo é fundamental.

Temos a motivação, a fé em Deus que nos leva a olhar para o próximo. Temos o conteúdo, conhecimento. Podemos, então, colocar em prática aquilo que também temos, mas precisa ser exercitado: coragem de agir.

Desde se ajoelhar para esfregar o chão. Até ouvir e compreender para tocar um coração.




(idéia a partir da história contada no Webinário
“Leveraging your strengths”, com Stephen Covey.
Fonte das informações [em inglês]:
Findarticles.com / Books.google_)

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