Eles conversam diariamente, e por bastante tempo. É certo que, às vezes, a conversa é repartida com um pouco de trabalho, mas não deixam de conversar. Outras horas, ele vai, faz um chimarrão, retorna. Ela faz um pouco de suas coisas e retorna também. Nas conversas mais dificeis, um precisa dar o tempo para o outro falar e, assim, poderem se entender. Ele na sala. Ela também.

Mas em cidades diferentes.

Foi desta forma que um amigo descreveu o atual momento do relacionamento com sua esposa. Por uma necessidade da vida, ele trabalha em outra cidade e volta pra casa nos finais de semana. Assim, de segunda a sexta, precisam recorrer ao áudio e vídeo via internet para se comunicarem. E a conclusão dele é surpreendente: “Pastor, agora nós conversamos muito mais do que quando eu passava a semana inteira em casa!”.

A distância ajudou a aproximar. Aparentemente, a conversa via web relembrou a necessidade do ouvir para falar, comunicar, dar o tempo para pensar, respirar. Tentar de novo. De uma maneira diferente, a comunicação olho no olho, ferramenta indispensável para construir e sustentar uma relação, foi fortalecida.

Duas aplicações que ocorrem a partir desta experiência:

_Nem sempre a tecnologia é a vilã dos relacionamentos. Como em todos os tipos de instrumentos e ferramentas, o ser ‘bom’ ou ‘mau’ depende muito mais de que a utiliza do que do sistema em si.

_Às vezes é preciso uma situação diferente ou até não desejada acontecer para que outras coisas boas e necessárias também aconteçam. Por isso, nem sempre um momento dificil é somente um momento difícil. O que tudo pode ser melhorado a partir dele?

Portanto, não, a sugestão aqui não é ter dois computadores em casa e abandonar a conversa presencial para que a comunicação seja melhor. Apenas é relembrar a importância do ‘olho no olho’ para a segurança e durabilidade de qualquer relação.

Mesmo quando via internet.

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