Reforma

Quando você vai reformar alguma coisa – na sua casa, por exemplo – qual o procedimento?
_Destrói tudo e recomeça do zero?
_Mantém o que está bom e trabalha naquilo que precisa de melhorias?
Imagino que a segunda seja a opção mais votada. Caso contrário, não temos reforma, mas sim, reconstrução.

O mundo protestante celebra hoje, 31 de outubro, 490 anos da Reforma. Ela foi liderada por Martinho Lutero e às vezes, é mal compreendida.
_Para alguns, Lutero queria era fundar uma nova Igreja.
_Para outros, criou uma nova igreja pra poder casar, já que era monge.
_Pode ser ouvido também que os reformadores queriam uma revolução social, ou acabar com a ordem estabelecida.

Mas a melhor maneira de compreender o que foi este movimento que mudou para sempre o mundo está resumido no nome pelo qual é conhecido: reforma. Apesar de vários fatores (sociais, políticos, econômicos, entre outros) terem contribuído para que ele ganhasse força, o principal, indiscutivelmente, foi teológico. Voltando aos ensinos dos primeiros cristãos, os reformadores queriam manter o que era correto – fé em Jesus Cristo, Trindade, Igreja Cristã, Bíblia como palavra de Deus, para citar alguns exemplos - mas reformar o que era necessário – como acabar com a venda de perdão dos pecados

Lutero não fez nada sozinho. Não era um santo, não é beatificado pelos luteranos. Cometeu seus erros e equívocos com qualquer um. Mas foi um homem, sem dúvida genial, que colocou seus dons a serviço do Evangelho, pela restauração da verdade. Mesmo que isso implicasse confronto e profundas mudanças.

Mas Reforma, além de um movimento é também um estilo de vida, eu poderia colocar assim. Pois o ideal dos protestantes é um bom roteiro diário para qualquer pessoa. avaliação constante do que está bom, para seguir firme naquilo que não pode ser mudado – os princípios e ensinamentos bíblicos. Mas reformar constantemente aquilo que vai saindo do trilho, que se perde, ou que se começa a afastar do caminho certo. Neste sentido, é possível dizer que, sempre que nos comprometemos a esta Reforma permanente em nossa vida, comemoramos a reforma a cada nova semana.

E, deste modo, acabamos no fundo todos sendo luteranos. Ainda que não de nome, mas de prática e estilo de vida.

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