Onde está Deus

Foto: Diether Endlicher, AP/ZH

Com todo respeito que ele merece, desta vez o Papa Bento XVI perdeu a oportunidade de dizer algo melhor ao visitar o campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia, um dos símbolos da II Guerra Mundial. "Em um discurso emocionado", como coloca a matéria de Zero Hora de ontem, 29.05 , estas foram as palavras do Pontífice:

"Faltam palavras. No fim, resta apenas um silêncio aterrador, um silêncio que é um pranto sofrido. Por que, Deus, o Senhor permaneceu em silêncio? Como pôde tolerar tudo isso? Onde estava Deus naqueles dias? Por que não se manifestou? Como pôde permitir essa matança sem limites, esse triunfo do mal?"

Meio que ensinando o padre a rezar missa, Deus não tem culpa da maldade humana. Muitos no passado perpetraram crimes como estes, ou ainda piores, inclusive a Igreja cristã, em alguns momentos, e Deus continuou onde sempre esteve - no mesmo lugar em que estava também quando seu Filho foi morto cruelmente pelos seres humanos: agindo por nós e apesar de nós.

Deus, que é amor, continua onde sempre esteve. O ser humano, causador do triunfo do mal, também. E é por isso que este mundo precisa tanto Dele.

Comentários

Anônimo disse…
Bom dia!! Realmente, na minha opinião, o Papa poderia ter usado esse momento, e toda a mídia em volta, para registrar uma mensagem verdadeiramente cristã!! Se o Papa, que é o ícone mor da Igreja Católica, questiona dessa forma a presença de Deus, como será que os fiéis católicos e, principalmente, os mais fracos e relapsos, pensarão??!!??
Anônimo disse…
Pergunto agora: por que o Papa não vaí, também, a Moscou, palco principal da "Revolução Russa", quando milhares, senão milhões, também morreram de forma cruel e sangrenta?!? Será que é porque não foi obra dos "alemães nazistas" e, que, por isso, não tem o mesmo apelo das já desmascaradas montagens, mentiras e ludíbrios da 2ª Guerra Mundial?!?!?
Anônimo disse…
Paulo Santanna, colunista gaúcho, escreve hoje a respeito do tema. Um trecho:

"Antes que se acuse o papa Bento XVI de ter chamado Deus de omisso, é preciso que se lembre que dois milênios atrás, um peregrino da Galiléia, com seus braços e pernas pregados ao lenho, no auge de sua dor lancinante, com muito maiores credenciais do que o Papa, eis que filho ungido de Deus feito homem, fez a mesma reclamatória ao Senhor: "Pai, por que me abandonaste?"
(...)
Deus cria a vida mas não se mete na vida? Para que haja o bem é imprescindível que progrida o mal? Deus licencia o Diabo para que concorra com ele na conquista das almas?

São interrogações permanentes que afligem o homem quando ele tenta desesperada e inutilmente desvendar a sua origem e o seu destino.
É e será eterna a dúvida do homem."

Íntegra:
http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&edition=5770&template=&start=1§ion=Colunas+e+Charges&source=a1184159.xml&channel=9&id=&titanterior=&content=&menu=23&themeid=§ionid=&suppid=&fromdate=&todate=&modovisual=
Anônimo disse…
Berry, como sei que és uma das católicas que frequenta o blog, seria legar ter tua opinião sobre o fato.
Anônimo disse…
I say briefly: Best! Useful information. Good job guys.
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